Filmes – O Quatrilho

O Quatrilho é um filme Brasileiro do ano de 1995, do diretor Fábio Barreto. O longa- metragem é baseado no livro Homônimo de José Clemente Pozenato. O filme foi indicado ao Óscar, como melhor filme estrangeiro no ano de 1996.
O filme retrata a história vivida em 1910, numa comunidade rural no Rio Grande do Sul habitada por imigrantes italianos.
O Quatrilho
Dois casais que são amigos, se unem para poder sobreviver e decidem morar na mesma casa. O tempo faz com que a esposa (Patrícia Pilar) de um homem (Alexandre Paternost) se interesse pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires), sendo correspondida tempos depois.
Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para trás seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por isto desprovida de romance.
Entendendo um pouco do Cinema da época
No ano de 1995, os fãs de cinema brasileiro, que ainda estavam em êxtase com o inesperado sucesso de “Carlota Joaquina, princesa do Brasil”, de Carla Camuratti, o longa é o marco inicial da retomada de nossa filmografia.
Os brasileiros tiveram um motivo a mais para sentir orgulho. “O Quatrilho“, adaptado do romance do escritor gaúcho José Clemente Pozenato e produzido pelo mesmo Luiz Carlos Barreto Diretor do mega-sucesso “Dona Flor e seus dois maridos”.
O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mais de trinta anos depois de “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte (este filme consegue a mesma distinção).
A euforia do momento era tanta que pouca gente percebeu que havia fragilidade nos aspectos de suas qualidades, o filme de Fábio Barreto não era exatamente um competidor muito forte.
Dono de uma linguagem excessivamente televisiva, “O Quatrilho” morreu na praia, perdendo a estatueta para o filme holandês “A excêntrica família de Antônia”, mesmo contando com uma espécie de apadrinhamento do poderoso Steven Spielberg.
Conhecendo mais detalhes do filme
Não há dúvida que a trama de José Clemente Pozenato, que faz participação no filme como fotógrafo, é inspirada em um casal real, a troca de casais remete a um tradicional jogo de cartas italiano, e cada rodada troca de parceiros.
Segundo as críticas, todas as possibilidades da história acabam sendo desperdiçadas quando o Cineasta opta por um roteiro preguiçoso e sem maiores aprofundamentos psicológicos ou dramáticos.
A salvação do longa metragem veio após escolha de duas atrizes que, por si próprias, conseguem transformar qualquer cena em um espetáculo à parte.O Quatrilho correria sério risco de nadar, nadar e morrer na praia.
A atriz Patrícia Pillar brilha de forma intensa na primeira parte do filme, mostrando carisma, beleza e mostrando ser uma atriz por excelência. A atriz dá ao personagem a consistência que em outras não dariam. O personagem em mãos menos capazes poderia soar como leviana ou mau caráter.
Patrícia interpreta o papel de Teresa, uma madame Italiana, ela é uma mulher presa a um casamento que oprime suas vontades e sonhos. Chega um momento que ela não suporta e toma uma decisão: partir em buscas de seus sonhos, mesmo que sem ter a exata consciência das consequências de seu ato.
Na segunda parte do filme Teresa sai de cena e dá lugar a calada Pierina (Glória Pires), mulher séria e consciente de seus deveres como esposa e dedicada como mãe.
Mais na primeira oportunidade, em uma cena inesquecível, ela desafia um padre diante de uma paróquia lotada. Glória Pires utiliza de toda a sua experiência para construir uma personagem, que ganhou toda atenção por agir de forma centrada perante toda a trama.
O jeito interessante de Glória pires na trama é que ela se comunicava basicamente através de olhares baixos, gestos comedidos e de um tom de voz sussurrante que esconde um personalidade forte. O Papel de perina se mostra através de uma mulher linda, forte e batalhadora, deixando a trama mais próxima da realidade.
Se a crítica consideram Patricia o corpo do filme O Quatrilho, sem sombra de dúvidas Glória é a sua alma.
O filme tem em seus personagens a maestria de duas atrizes que dão vida e vigor a trama. Agora os atores principais não passaram a mesma firmeza para os telespectadores que lotaram as salas de cinema da época.
Exagero à parte, “O Quatrilho” é apenas um filme que conseguiu trazer a vontade de querer acreditar no cinema brasileiro. Se tornou um avanço em relação aos que criaram toda a sensação de preconceito contra filmes brasileiros.
Preconceito esse que somente anos depois seria parcialmente derrubado, conquistando um público considerável antes que isso se tornasse razoavelmente comum.
A cada dica de filme que passamos, estamos te incentivando a conhecer uma realidade diferente e alegre.
Agora baixe e assista O Quatrilho, filme brasileiro dos anos 90.